RESUMO
O presente estudo teve o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento das Forças Armadas (FA) e de subsidiar a construção de capacidades militares de defesa de modo a mantê-las em condições de emprego para defender a soberania, os interesses e a integridade do Estado brasileiro, com a aplicação conjunta e sinérgica do poder militar, bem como diante do compromisso do Ministério da Defesa (MD) de estimular a realização de estudos e debates sobre temas ligados à defesa em seu meio acadêmico e ampliando o conhecimento dos assuntos Segurança e Defesa. Destarte, foram estudadas as visões sobre as capacidades naval, terrestre e aérea demonstradas por ambos os contendores, Rússia e Ucrânia, à luz da doutrina vigente para as Forças Singulares (FS), trabalhando de forma isolada ou conjunta. As análises foram subsidiadas pelos Estabelecimentos de Ensino (EE) de Altos Estudos de cada uma das FS junto à Escola Superior de Guerra (ESG). Concluiu-se que as tensões russo-ucranianas são pautadas em questões civilizacionais e ideológicas, intrinsecamente ligadas às suas identidades nacionais. Identificou-se que a Ucrânia é, indubitavelmente, um ponto geoestratégico vital para a Rússia e que o Ocidente não demonstra interesse em intervir, diretamente, para confrontar o poderio militar russo. Adicionalmente, observou-se que as disputas de narrativas, por meio do ciberespaço, tornam a questão entre os dois países ainda mais sensível. Tal fato corrobora as medidas de desinformação que dificultam descrever as reais intenções ou estratégias a serem seguidas por ambos os contendores em face das relações internacionais. No entanto, o emprego conjunto da Força Naval, da Força Terrestre e da Força Aeroespacial criou melhores condições para o cerco e posterior conquista de localidades estratégicas para a Rússia no conflito, assim como a utilização de meios de defesa furtivos pelas forças ucranianas, por exemplo, o Unmanned Combat Aerial Vehicle (UCAV) e o Man-Portable Air Defense Missile System (MANPADS), que, em certa medida, impediu o controle do ar pela Força Aeroespacial Russa (Vozdushno-kosmicheskiye Sily - VKS) na região do conflito. Por fim, concluiu-se que o emprego da Força de Mísseis Estratégicos contribuiu de forma significativa para as ações russas na conquista e manutenção de cerco a importantes cidades, além de contribuir para a dissuasão no campo militar. Palavras-chave: Conflito; Rússia; Ucrânia; Escola Superior de Guerra (Brasil).
ESG - Estudo de Caso do Conflito Rússia - Ucrânia